A endometriose é uma doença ginecológica que acomete de 5 a 15% das mulheres em idade fértil, mas que na maior parte das vezes permanece restrita ao útero e áreas anexas. Ela se caracteriza por uma propagação e invasão das células do endométrio — camada de revestimento interno do útero — a outros tecidos, principalmente o miométrio, que é a camada muscular do órgão.

Em alguns casos os focos endometriais podem se propagar por via linfática ou hematogênica e alcançar outras regiões do corpo, como ovários, peritônio, intestinos e trato urinário, incluindo a bexiga. Quando os focos infiltram a camada muscular da bexiga, tem-se o quadro de endometriose vesical, que corresponde a aproximadamente 2% de todos os casos de endometriose.

O que é endometriose vesical?

Quando as células do endométrio atingem a bexiga, infiltrando na camada muscular, tem-se um quadro de endometriose vesical. Essa condição é mais difícil de ser diagnosticada devido à inespecificidade de seus sintomas, mas mediante a suspeita diagnóstica é possível realizar exames de imagem, como a Ressonância Magnética e Ultrassom, que ajudam a confirmar o quadro.

Principais sintomas

Dado que a bexiga é um órgão pélvico, os sintomas da endometriose vesical podem ser confundidos com dores intestinais ou da menstruação. Portanto, é preciso ficar atenta aos seguintes sintomas:

  • Aumento da frequência de micção;
  • Sangue na urina (hematúria);
  • Dor ao urinar, principalmente no período menstrual;
  • Ardência durante a micção, similar a uma infecção urinária.

Diagnóstico da endometriose na bexiga

A suspeita diagnóstica de endometriose vesical surge a partir de uma anamnese completa e um exame físico minucioso. Nesse caso, o ginecologista pode solicitar exames de imagem que o ajudam a confirmar o diagnóstico, tal como o Ultrassom Transvaginal e a Ressonância Magnética da Pelve.

  • Ultrassom Transvaginal com preparo intestinal

O Ultrassom Transvaginal (USGTV) deve ser realizado, preferencialmente, com a bexiga cheia. Durante o exame é possível avaliar o útero, as regiões retro e paracervical, apêndice, ceco, retossigmoide, bexiga, ureteres, ovários e paredes pélvicas. Ou seja, o USGTV permite fazer uma “varredura” pela pelve feminina, de modo que o radiologista bem treinado possa identificar todos os focos de endometriose.

  • Ressonância Magnética da Pelve

A Ressonância Magnética da Pelve é um exame de imagem utilizado para complementar o Ultrassom no diagnóstico da endometriose. Ele é indicado principalmente para casos de dúvidas diagnósticas, para pesquisa de focos endometriais em outros órgãos e para a programação cirúrgica.

É válido lembrar que a ressonância magnética para investigação de endometriose vesical demanda um preparo intestinal, que consiste no uso de laxante oral e dieta com poucos resíduos nas 24 horas prévias.

Tratamento da endometriose vesical

O tratamento para endometriose vesical deve ser individualizado, bem como considerar os sintomas da doença e seus impactos na qualidade de vida da mulher.

  • Tratamento clínico

O tratamento clínico para a endometriose vesical é a escolha inicial, sendo que o objetivo é reduzir os sintomas, principalmente a dor, e melhorar a qualidade de vida da paciente. Os principais medicamentos utilizados são os contraceptivos orais de progestágeno ou combinados com estrogênio, o DIU hormonal ou implantes subcutâneos.

  • Tratamento cirúrgico

Estima-se que aproximadamente um terço das mulheres não respondem adequadamente ao tratamento medicamentoso para a endometriose vesical ou uterina. Nesses casos, indica-se tratamento cirúrgico. Quando a cirurgia se faz necessária, é importante aproveitar o procedimento para eliminar os focos de endometriose tanto na bexiga quanto em outros órgãos.

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A endometriose vesical é uma condição que pode ser identificada com exames de imagem e cujo tratamento ajuda a melhorar a qualidade de vida das mulheres. Entre em contato e agende seu exame!