Para entender a Adenomiose, é importante lembrar que o útero é um órgão pélvico formado pelo miométrio – uma camada de músculo liso – e pelo endométrio – tecido que cresce mensalmente sob ação do estrogênio, e que descama em forma de menstruação na ausência da fecundação. Porém, em algumas mulheres o endométrio pode crescer em local equivocado e penetrar no miométrio, causando a Adenomiose, quadro clínico que pode levar a uma série de sintomas, como dor abdominal intensa e sangramento uterino anormal, além de potencial infertilidade. Por isso, o diagnóstico da Adenomiose deve ser dado o mais breve possível para que o tratamento não seja atrasado e as consequências sejam mínimas.
O que é Adenomiose?
A Adenomiose, portanto, pode ser explicada como uma condição médica em que o tecido endometrial, que normalmente se desenvolve dentro da cavidade do útero, cresce em excesso no interior da parede muscular desse órgão. Embora seja uma doença benigna, a Adenomiose pode afetar significativamente a qualidade de vida das mulheres.
É importante, também, esclarecer que a Adenomiose não é sinônimo de Endometriose, que é quando o tecido endometrial passa a crescer em locais fora do útero.
Classificações da Adenomiose
A Adenomiose pode ser classificada em focal ou difusa, dependendo da extensão do crescimento do tecido endometrial dentro do músculo uterino, bem como em superficial ou profunda, dependendo da profundidade em que o tecido endometrial cresce no miométrio. Assim, segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), as classificações do diagnóstico da Adenomiose podem ser explicadas da seguinte forma:
- Adenomiose focal: um ou mais nódulos de tecido endometrial dentro da parede muscular do útero;
- Adenomiose difusa: há uma distribuição uniforme do tecido endometrial dentro do miométrio;
- Adenomiose superficial: o tecido endometrial cresce próximo à superfície da parede uterina.
- Adenomiose profunda: o tecido endometrial penetra profundamente na parede uterina, podendo afetar as camadas musculares mais internas.
A Adenomiose é assintomática em 35% dos casos
Embora esse quadro possa ser assintomático em cerca de 35% dos casos, os sintomas mais comuns da Adenomiose incluem:
- Dor pélvica intensa durante o período menstrual;
- Sangramento uterino anormal;
- Cólicas menstruais mais intensas e prolongadas;
- Aumento do volume do útero;
- Dispareunia (dor durante a relação sexual);
- Infertilidade.
Adenomiose e infertilidade
Quando não tratada, a Adenomiose pode levar à infertilidade, uma vez que o crescimento anormal do tecido endometrial no miométrio pode atrapalhar e até impedir a implantação do embrião. Portanto, fazer o diagnóstico da Adenomiose é fundamental para iniciar o tratamento e impedir a formação de cicatrizes e outras complicações uterinas que culminem em infertilidade.
Diagnóstico da Adenomiose
O diagnóstico da Adenomiose pode ser desafiador, visto que a condição pode ser confundida com outras doenças, como Mioma Uterino e Endometriose. No entanto, existem exames de imagem que ajudam a identificar a Adenomiose com mais precisão, como a Ressonância Magnética de Pelve e o Ultrassom Transvaginal com preparo intestinal.
Ressonância Magnética de Pelve para diagnóstico da Adenomiose
A Ressonância Magnética permite criar uma imagem detalhada do útero e dos tecidos ao seu redor e visualizar o crescimento anormal do endométrio dentro do músculo uterino. Por isso, é considerado o padrão-ouro para o diagnóstico da Adenomiose.
Ultrassom vaginal com preparo intestinal para diagnóstico da Adenomiose
Já o Ultrassom Transvaginal com preparo intestinal é um exame de imagem que utiliza ondas sonoras para criar uma imagem detalhada do útero e dos tecidos ao seu redor. Por ser menos invasivo e mais acessível que a RM, o Ultrassom é um dos mais importantes e solicitados exames para se ter o diagnóstico da Adenomiose, especialmente em casos leves e moderados da doença.