A saúde do sistema reprodutivo e a produção hormonal são fatores essenciais na hora de engravidar ou fazer algum tratamento de reprodução. No entanto, o nosso corpo é sempre muito peculiar! Alterações no formato do útero, por exemplo, podem comprometer esse processo, dificultando a gravidez.

Geralmente, o útero mede entre 5 e 7,5 centímetros, com 2,5 de espessura; e apresenta três camadas de tecidos musculares: serosa, miométrio e endométrio (onde o embrião é implantado no momento da fecundação). Algumas mulheres, no entanto, podem apresentar alterações no formato deste órgão.

Esses casos são bastante raros e representam 3,2% da população feminina. De qualquer maneira, esse pode ser o motivo por trás das inúmeras tentativas frustradas de engravidar.

Principais alterações no formato do útero

Ainda que raras, existem vários tipos de alterações uterinas. Um exemplo bastante conhecido é o quando o útero se forma para trás, sendo chamado de Útero Retroverso. Mas, existem outras alterações que geram ainda maior impacto para anatomia feminina e, consecutivamente, para a fertilidade da mulher. As más formações uterinas são classificadas em cinco tipos:

  • Útero Bicorno: tipo mais comum, no qual uma espécie de fenda se forma na parte superior do útero, como se fosse separar o órgão pela metade. Mas, essa fenda não chega a dividir o órgão todo e o tamanho da fissura varia de caso para caso.
  • Útero Unicorno: condição mais rara. O tecido uterino não se forma por completo, resultando em apenas metade do útero. Ele apresenta um tamanho normal, mas com apenas uma tuba, apesar de ter os dois ovários.
  • Útero Didelfo: outra anomalia rara. Acontece quando o útero apresenta duas cavidades, sendo que cada uma delas leva para o colo do útero ou para o canal vaginal. É como se a mulher tivesse duas vaginas.
  • Útero Septado: nesse caso, a cavidade uterina possui uma parede (septo) que pode chegar até o colo do útero.
  • Útero Arqueado: refere-se aos casos em que existe alteração mínima da cavidade uterina, conferindo ao fundo do útero característica achatada ou curvatura levemente côncava. As manifestações clínicas são leves e, normalmente, não necessita de cirurgia.

Como o formato do útero pode interferir na gestação?

As alterações no formato do útero não impedem que a mulher engravide. Porém, com elas aumentam as chances de infertilidade e pode ser difícil manter a gestação até o fim. Devido ao seu tecido fibroso, o útero septo, por exemplo, aumenta os riscos de perda do bebê.

Já o unicorno, que só tem uma tuba, baixa os níveis de fertilidade. No caso do bicorno, a gravidez pode ser de risco porque a má formação compromete a distensão uterina.

Como diagnosticar alterações no formato do útero?

As más formações do útero são diagnosticadas através de exames solicitados pelo ginecologista. Como se trata de uma modificação evidente no formato do órgão, diversos exames de imagem são capazes de indicar anormalidades. As alterações podem ser constatadas através de:

Ultrassonografia Transvaginal ou Pélvica

O exame utiliza de ondas sonoras para gerar imagens e permite avaliar qualquer tipo de modificação no formato do útero e das trompas.

Ultrassonografia tridimensional e Ressonância Magnética

São procedimentos de alta sensibilidade e tecnologia e que oferecem um detalhamento mais preciso, especialmente durante o tratamento.

Histerossalpingografia

Esse é um exame mais específico, mas, que também consegue detectar alterações no formato do órgão. O método de diagnóstico avalia o trajeto percorrido pelo espermatozoide até a trompa de Falópio, podendo apontar componentes femininos de infertilidade.

Opções de tratamento

As formas de tratamento das alterações uterinas são feitas, geralmente, por reprodução assistida, ou através de cirurgias, como a histeroscopia. Agende os seus exames de imagem com a Dra. Daniela Vaz Franco, especialista em endometriose e saúde da mulher!