Considerado o método mais eficaz e seguro para prevenção de gravidez da atualidade, o DIU (Dispositivo Intrauterino) é um método contraceptivo que está ganhando cada vez mais adeptas. Mas, apesar da sua eficácia, a inserção do dispositivo envolve muitos detalhes, especialmente clínicos. Cerca de 10% das inserções podem gerar mal posicionamento, seja em decorrência da falta de técnicas por parte do profissional, ou de consequências naturais do organismo da paciente. Quando isso ocorre, é necessário avaliar a posição do DIU dentro do útero.

O procedimento mais indicado para a avaliação do DIU é a ultrassonografia transvaginal. Saiba mais!

O que é DIU?

Pequeno e em formato de T, o DIU é um método contraceptivo inserido no útero da mulher, que evita a fecundação do óvulo. Diariamente, ele age liberando baixas doses hormonais ou demais substâncias que alteram as condições naturais que oportunizam a fecundação.

Os tipos de DIU

Para atender diferentes necessidades e faixas etárias, existem diversos modelos do contraceptivo. Assim, ele pode agir no organismo feminino de forma hormonal ou não hormonal. Veja a diferença:

DIU hormonal

O DIU hormonal libera pequenas quantidades de progesterona de forma contínua no útero. No Brasil, existem dois tipos de DIU hormonal, o DIU Kyleena e o DIU Mirena. Ambos apresentam uma duração de 5 anos no organismo. A diferença entre os dois modelos está no tamanho e na quantidade de hormônio liberado, já que o hormônio liberado é o mesmo.

O DIU Kyleena é menor, mede 30 mm de comprimento, por 28 mm de largura e 1,55 mm de espessura. Já o Mirena mede 32 mm de comprimento, por 32 mm de largura e 1,90 mm de espessura. A diferença no tamanho é relevante para mulheres que nunca engravidaram e/ou adolescentes. Quando o útero é pequeno para o tamanho do dispositivo, a mulher pode sentir mais desconforto e cólica, além de um DIU grande facilitar a penetração de alguma haste dentro do miométrio.

O DIU Kyleena apresenta em seu interior 19,5 mg de hormônio armazenado, enquanto o Mirena tem 52 mg. Em relação à taxa de liberação hormonal, o Mirena libera 20 mcg por dia, enquanto o Kyleena libera 17,5 mcg nos primeiros 24 dias, caindo para 15,3 mcg após 60 dias. Como o Kyleena libera menos hormônio, as pacientes mais sensíveis sofrem menos efeitos colaterais, sem redução na efetividade contraceptiva. A eficácia de ambos é muito elevada e praticamente a mesma.

DIU não hormonal

O DIU de cobre age através de ionização, criando um ambiente hostil para a sobrevivência dos espermatozoides. A grande vantagem é que ele pode ser mantido no útero por até 10 anos. Mas, por outro lado, em algumas mulheres, pode aumentar o fluxo menstrual.

Já o DIU de prata une prata e cobre no mesmo dispositivo, e produz o mesmo efeito local para espermatozoides e implantação. No entanto, a prata faz com que o fluxo menstrual da mulher diminua, além de evitar a oxidação da parte de cobre, aumentando a eficácia do método contraceptivo.

Possíveis complicações após a inserção do dispositivo

A eficácia do método contraceptivo está diretamente associada à localização adequada no interior do útero. Quando mal colocado, o DIU não protege contra a gravidez e pode envolver várias complicações. Veja as principais delas:

  • Deslocamento: quando o DIU apresenta rotação, ou posição longe do fundo e dentro do segmento uterino inferior, ou do colo do útero
  • Expulsão: caso em que o DIU se desloca para fora, passando parcialmente ou totalmente do orifício cervical externo.
  • Embutido: quando existe a penetração do miométrio, sem extensão, através da serosa.
  • Perfuração: nesse caso, o dispositivo penetra totalmente ou parcialmente através do miométrio e da serosa.

Como saber se meu DIU está no lugar certo?

Quando o dispositivo está fora do local adequado o corpo normalmente começa a dar sintomas. Em algum dos casos citados, a paciente perceberá:

  • Dor abdominal;
  • Febre;
  • Odores desagradáveis;
  • Pioras nas dores pélvicas;
  • Sangramentos excessivos;
  • Síncope.

A ultrassonografia transvaginal para avaliar a posição do DIU

A ultrassonografia transvaginal é bastante acessível e muito eficaz na avaliação de qualquer uma das complicações citadas. O exame é indicado até mesmo para avaliar as condições uterinas antes da inserção do contraceptivo. Após a inserção, a posição do DIU e possíveis lesões são visualizadas através de monitor. Para isso, o técnico usará um transdutor com gel lubrificante. As ondas sonoras do aparelho oferecem imagens simultâneas da localidade.

Qual é a posição adequada do dispositivo no útero?

O DIU sempre deve estar centrado na cavidade uterina, não podendo ultrapassar o orifício interno cervical. Por isso, no ultrassom, ele deve apresentar distâncias bem específicas:

  1. Na extremidade superior, o dispositivo precisa ter no máximo 25 mm de distanciamento da serosa;
  2. A distância da extremidade superior do DIU até a cavidade endometrial deve ser menor que 5 mm;
  3. A porção distal não pode ultrapassar o orifício interno cervical.

Agende seu exame!

Muitas mulheres optam por avaliar a posição do DIU a cada três meses, especialmente se encontraram dificuldades durante o período de inserção. Mas, além disso, é muito importante é realizar seu exame de ultrassonografia com médicos especializados na saúde da mulher. Esse conhecimento faz total diferença na investigação do caso, e na detecção de qualquer anormalidade. Agende os seus exames com a Dra. Daniela Vaz Franco!