Você sabe como funciona o preparo intestinal do ultrassom transvaginal específico para endometriose?
Cólicas intensas, alterações intestinais, infertilidade e dor á relação sexual: esses são alguns sintomas característicos da endometriose. Esse distúrbio ginecológico se caracteriza pelo crescimento do endométrio fora do útero e tem alta relação com o risco de infertilidade feminina.
Porém, o que muitas mulheres não sabem, é que a doença também pode ser assintomática. Afinal, a endometriose é uma doença complexa, que possui diversas classificações, e pode afetar múltiplos órgãos do sistema reprodutor feminino e todo o seu entorno, levando à infertilidade e perda de qualidade de vida.
Por isso, recomenda-se a realização do exame de ultrassom com preparo intestinal ao menos uma vez ao ano nas pacientes com suspeita de endometriose. O procedimento envolve alguns detalhes, mas sua realização é simples. Confira!
A importância do ultrassom transvaginal para a endometriose
O ultrassom transvaginal com preparo intestinal é considerado o exame de primeira linha para o diagnóstico e estadiamento da doença, principalmente na endometriose intestinal. Através dele é obtido um mapeamento pélvico, identificando focos de endometriose grandes, médios e pequenos, seja do tipo comum, profundo ou infiltrativo.
Quando o exame se faz com doppler, o diagnóstico é ainda mais específico, diferenciando lesões vascularizadas de não vascularizadas. O exame, portanto, consiste em capturar, via ondas sonoras, imagens em tempo real de diversos locais, como:
- Ovários;
- Útero;
- Trompas;
- Bexiga;
- Região retrocervical;
- Alças do intestino delgado;
- Apêndice;
- Paredes pélvicas;
- Reto sigmoide.
Qual a diferença do ultrassom com preparo para o comum?
Você provavelmente já fez um ultrassom transvaginal de rotina. De fato, ele é um exame fundamental na ginecologia para avaliar a saúde do útero e dos ovários. Geralmente, para a maioria das checagens anuais, ele é perfeitamente suficiente.
No entanto, quando a suspeita é de endometriose profunda, o exame comum tem uma limitação importante: ele não consegue “enxergar” com clareza através do intestino.
O gás e os resíduos fecais presentes no intestino grosso funcionam como uma barreira, uma espécie de “cortina de fumaça” para as ondas do ultrassom. Isso impede que o médico visualize com nitidez as áreas mais importantes para o diagnóstico da endometriose profunda, como:
-
A parede do reto e do sigmoide (as partes finais do intestino);
-
A região atrás do colo do útero (retrocervical);
-
Os ligamentos que sustentam o útero (ligamentos uterosacros).
Felizmente, ao realizar a limpeza do intestino, removemos essa barreira. O preparo “limpa o terreno”, permitindo que o ultrassom se torne um exame muito mais poderoso. Com ele, o médico especialista consegue não apenas ver, mas também analisar minuciosamente essas estruturas, procurando por nódulos e lesões de endometriose que estariam completamente invisíveis em um exame de rotina.
Portanto, a grande diferença é esta: o ultrassom comum avalia o básico (útero e ovários), enquanto o ultrassom com preparo intestinal faz um mapeamento da pelve para encontrar e avaliar a endometriose profunda. Por isso, ele é o exame padrão-ouro no diagnóstico da doença.
Para que serve o ultrassom transvaginal com preparo intestinal?
Indolor e prático, o ultrassom transvaginal pode ser feito com ou sem preparo. Porém, somente o exame com preparo é o mais ideal para a análise de endometriose. Com a limpeza intestinal, a visualização das camadas da parede intestinal se torna muito mais fácil, aumentando a sensibilidade do exame.
Além disso, o protocolo com preparo permite investigar aderências entre os órgãos pélvicos. Porém, é importante ressaltar que somente radiologistas especializados em endometriose devem realizar o procedimento.
Como funciona o preparo intestinal?
A visualização pélvica ideal irá depender de uma limpeza correta, permitindo localizar o máximo de lesões. Por isso, os resíduos intestinais e os gases devem ser minimizados na véspera do exame. Então, um ou dois dias antes a paciente deverá adotar uma dieta pastosa, sem gordura e sem fibras, à base de alimentos leves, com pouco resíduo.
A recomendação é evitar leite e derivados, alimentos integrais, feijão e folhas. Dessa forma, a dieta pode incluir:
- Arroz;
- Batata;
- Peito de frango cozido;
- Chuchu;
- Gelatina;
- Sopas coadas;
- Sucos coados.
Fora a dieta, caso a paciente tenha obstipação intestinal crônica, recomenda-se a ingestão de remédios que auxiliem na limpeza intestinal. No dia do exame, a paciente deve ter feito jejum de 4h.
Quais são os cuidados importantes no preparo do exame?
Os cuidados são básicos. Primeiramente, você deve solicitar ao seu médico o nome correto do exame, especificando bem o protocolo. Alguns radiologistas realizam o ultrassom para endometriose tanto pela via transvaginal, quanto pela abdominal. Por isso, informe-se bem!
Outro cuidado é sobre levar os exames anteriores para avaliação, desde ultrassons antigos, colonoscopias, ressonâncias magnéticas até exame de sangue. Por fim, a paciente deve chegar 20 minutos antes na clínica.
Mais sobre o procedimento
O realização do ultrassom transvaginal ocorre com o transdutor introduzido na vagina. O aparelho emite ondas sonoras e é responsável por captar as imagens. Para segurança e conforto da mulher, a introdução do objeto é com preservativo estéril e gel lubrificante. O exame tem duração de aproximadamente 40 minutos.
Cuide de você!
O ultrassom com preparo intestinal é um dos exames mais importantes para o diagnóstico da endometriose profunda. Realizar o preparo corretamente é fundamental para que seu médico possa mapear a doença e definir o melhor caminho para o seu tratamento. Se você agendou seu exame ou ainda tem dúvidas sobre o diagnóstico, não deixe de conversar com um especialista.
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