Se você está na jornada para engravidar e enfrenta dificuldades, provavelmente já ouviu este nome longo e complicado: Histerossalpingografia.

Apesar de ser difícil de pronunciar, este é um dos exames mais importantes na investigação da infertilidade feminina. No entanto, ele também carrega uma fama que assusta muitas mulheres: a de ser um procedimento doloroso.

O medo da dor e o desconhecimento sobre o exame geram ansiedade desnecessária. Por isso, preparamos este artigo completo para desmistificar a histerossalpingografia, explicar sua importância e mostrar que, com a técnica correta, é possível realizá-lo com segurança e tranquilidade.

O que é a Histerossalpingografia?

A histerossalpingografia é um exame de raio-X ginecológico que utiliza um contraste (um líquido especial à base de iodo) para avaliar a anatomia interna do sistema reprodutor feminino.

Diferente do ultrassom, que vê os órgãos “por fora” e sua estrutura muscular, a histerossalpingografia avalia a permeabilidade, ou seja, o caminho livre por dentro dos órgãos. O principal objetivo é verificar:

  1. A cavidade do útero (se há algo ocupando espaço lá dentro).

  2. As trompas de Falópio (se estão abertas ou obstruídas).

Pense nas trompas como “túneis” que conectam os ovários ao útero. É dentro da trompa que o óvulo encontra o espermatozoide para a fecundação. Porém, se esse túnel estiver fechado (obstruído), a gravidez natural não acontece. A histerossalpingografia é o exame padrão-ouro para checar se esses túneis estão livres.

Quando fazer o exame?

Geralmente, o médico ginecologista solicita este exame quando há dificuldade para engravidar, mas existem outras indicações importantes:

  • Investigação de Infertilidade Conjugal: É a indicação mais comum, para descartar o fator tubário (problemas nas trompas).

  • Abortos de Repetição: Para verificar se há malformações no útero que impedem a evolução da gravidez.

  • Suspeita de Obstrução Tubária: Causada por infecções anteriores ou endometriose.

  • Controle Pós-Cirúrgico: Para mulheres que fizeram reversão de laqueadura (para confirmar se a trompa abriu) ou que fizeram laqueadura/Essure (para confirmar se fechou).

A Histerossalpingografia dói?

Esta é a dúvida número um no consultório. O exame pode, sim, causar desconforto, mas a ideia de uma “dor insuportável” é, na maioria das vezes, um mito. Isso ocorria em exames antigos, ou ainda ocorre quando o procedimento não tem o devido cuidado.

O que a paciente sente geralmente é uma cólica semelhante à menstrual, que pode variar de leve a moderada. Isso ocorre pois o útero reage à entrada do líquido de contraste, podendo contrair-se levemente. Além disso, se as trompas estiverem obstruídas, a pressão do líquido pode gerar um desconforto momentâneo.

Felizmente, esse desconforto é rápido e passageiro. Hoje, utilizamos técnicas mais delicadas, cateteres mais finos e flexíveis, e recomendamos o uso de analgésicos e antiespasmódicos antes do procedimento. Tudo isso torna a experiência muito mais tolerável.

Como é feito o exame?

O exame acontece em uma sala de raio-X e dura, em média, de 20 a 30 minutos.

  1. A paciente deita-se em posição ginecológica.

  2. O médico insere um espéculo (igual ao do exame preventivo) e introduz uma sonda fina e flexível no colo do útero.

  3. O contraste é injetado suavemente através dessa sonda.

  4. Enquanto o líquido preenche o útero e caminha em direção às trompas, o médico captura várias imagens de raio-X.

Se as trompas estiverem normais (pérvias), o líquido percorre todo o caminho e “cai” dentro da cavidade abdominal, sendo absorvido pelo corpo logo depois.

É verdade que o exame ajuda a engravidar?

De fato, é verdade. Embora seja um exame de diagnóstico e não um tratamento, existe um efeito terapêutico, o “flushing tubário”. A passagem do líquido de contraste pode “lavar” as trompas, removendo pequenos tampões de muco ou resíduos celulares que estavam dificultando a passagem.

Estudos mostram um aumento nas taxas de gravidez natural nos 3 a 6 meses seguintes ao exame, especialmente em mulheres que tinham apenas pequenas obstruções.

O que o exame pode diagnosticar?

Além de dizer se as trompas estão abertas ou fechadas, a histerossalpingografia pode revelar:

  • Hidrossalpinge: Quando a trompa está dilatada e cheia de líquido (geralmente por infecção), o que é tóxico para o embrião.

  • Malformações Uterinas: Como útero bicorno, didelfo ou septado.

  • Sinéquias: Cicatrizes dentro do útero que “colam” as paredes.

  • Pólipos e Miomas: Que invadem a cavidade uterina (embora o ultrassom e a histeroscopia sejam melhores para detalhar essas lesões).

Preparo para a Histerossalpingografia

Para garantir a segurança e a eficácia do exame, alguns cuidados são essenciais:

  • O momento certo: preferencialmente, entre o 7º e o 10º dia do ciclo menstrual (após o fim da menstruação e antes da ovulação). Isso garante que a mulher não esteja menstruada e, principalmente, que não haja risco de ela estar grávida durante o raio-X.

  • Medicação: geralmente prescrevemos um analgésico e um antiespasmódico para tomar cerca de uma hora antes do exame, visando minimizar as cólicas.

  • Bexiga vazia: o ideal é que a paciente urine logo antes do procedimento.

Faça seu exame sem medo!

A histerossalpingografia é um passo fundamental e valioso na sua jornada rumo à maternidade. Ela oferece respostas que outros exames não conseguem dar.

Por isso, não deixe que o medo da dor ou a ansiedade adiem o seu sonho. Se você está tentando engravidar ou precisa investigar a saúde das suas trompas, não tenha medo. Agende sua histerossalpingografia em Uberlândia com a Dra. Daniela Vaz Franco e realize seu exame com todo o cuidado e acolhimento que você merece.