Normalmente com diagnóstico por meio de exames de imagem e confirmação por biópsia, o teratoma de ovário é uma neoplasia que, segundo a Associação Médica Brasileira (AMB), é benigna em 99% dos casos. Assim, se receber identificação precocemente, esses tumores podem ser removidos mantendo boa viabilidade das estruturas ovarianas e anexos uterinos, reduzindo as chances de infertilidade.

O que é teratoma de ovário?

O teratoma de ovário é um tipo de cisto ovariano que se desenvolve a partir das células germinativas – responsáveis pela formação dos óvulos –, e que contém células embrionárias de diversos tecidos. Assim, geralmente eles são compostos de várias estruturas, como cabelo, pele, ossos, dentes e até alguns órgãos rudimentares. Dependendo de sua natureza e capacidade de crescer ou se espalhar, os teratomas podem se classificar entre malignos ou benignos.

Classificação de teratomas ovarianos

A classificação dos teratomas ovarianos se divide em duas categorias principais conforme suas características histológicas e a natureza das células que o formam: maduros (benignos) ou imaturos (malignos)

  • Teratoma maduro (teratoma benigno ou dermoide): esse é o tipo mais comum e geralmente apresenta um bom prognóstico, pois a sua composição inclui tecidos bem diferenciados, como cabelo, pele, gordura, dentes, cartilagem e ossos. Além disso, não invadem tecidos adjacentes e crescem lentamente. 
  • Teratoma imaturo: tem maior possibilidade de crescer e se disseminar, e por isso é um tumor maligno. Geralmente é diagnosticado em mulheres abaixo dos 20 anos, com um pico de incidência entre 15 e 19 anos, sendo bastante raro nas mulheres em menopausa.

Vale ressaltar, ainda, que conforme a predominância dos componentes teciduais, os teratomas ovarianos podem ser císticos (preenchidos com líquido), sólidos ou mistos.

Sinais e sintomas

Os sinais e sintomas de um teratoma de ovário variam conforme seu tamanho, localização e tipo histológico. Inclusive, alguns deles não causam quaisquer sintomas e só se chega ao diagnóstico ao acaso em exames de imagem. Contudo, em outros casos, a paciente pode relatar:

  • Dor abdominal uni ou bilateral;
  • Alterações no ciclo menstrual;
  • Sangramento uterino anormal;
  • Massa abdominal palpável;
  • Sintomas de gravidez;
  • Alterações urinárias.

Porém, como esses sinais e sintomas podem ser comuns a outras condições ginecológicas e não são específicos para teratomas ovarianos, o diagnóstico definitivo requer avaliação médica.

Possíveis complicações

Tanto os teratomas benignos quanto os malignos podem apresentar complicações, sendo as principais delas o rompimento do tumor com liberação de seu conteúdo na cavidade abdominal e a torção ovariana com obstrução do fluxo sanguíneo. Ambos os casos são urgentes e devem receber diagnóstico e tratamento prontamente por meio de cirurgia.

Diagnóstico do teratoma de ovário

O diagnóstico de um teratoma de ovário envolve uma combinação entre avaliação clínica, exames de imagem e biópsia para confirmação definitiva do tipo de tumor. Dentre os exames mais importantes para esse processo estão a ultrassonografia, para identificar a massa ovariana, definir seu tamanho e suas características internas, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. A última – ressonância –, aliás, é a de maior importância para o planejamento cirúrgico.

Teratoma ovariano e infertilidade

Cerca de 70% dos tumores ovarianos surgem durante a idade reprodutiva e por isso representam grande temor às pacientes quanto à fertilidade. Assim, é fundamental que o médico considere o desejo reprodutivo da mulher e sua necessidade de preservação de fertilidade, buscando sempre que possível evitar a perda de função ovariana. Por outro lado, pacientes que apresentam risco elevado de perda de fertilidade podem aderir à criopreservação (congelamento de óvulos) e à Fertilização in Vitro.

Portanto, para definir o melhor tratamento e planejamento reprodutivo é fundamental esclarecer as suas dúvidas e conversar com um médico. Cada caso é único, e as decisões devem ser tomadas com base na avaliação individual, nos objetivos reprodutivos e nas chances de sucesso. 

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